segunda-feira, 3 de março de 2014

O EVANGELHO DA PROSPERIDADE

Vivemos atualmente o evangelho da prosperidade e poderia ser esta uma revelação genuína da parte de Deus. Poderia ser se o termo prosperidade fosse considerado genericamente, abrangendo todos os aspectos da vida, inclusive a espiritual: uma vida próspera seria cheia de valores e bênçãos espirituais. Seria se a prosperidade fosse um meio e não um fim: um meio para alcançar vidas para o reino; para sustentar missionários; para ajudar os mais necessitados. Seria se a prosperidade não fosse apenas ter casas, carros e muito dinheiro para aplicar na bolsa.

Nosso Deus é verdadeiramente provedor e capaz de abençoar todas as pessoas da terra individualmente. Bastaria apenas uma palavra sua para que a prosperidade invadisse todos os recantos do planeta. Cada uma das mais de seis bilhões de almas do planeta seria imediatamente abençoada pela sua palavra. Os campos floresceriam, não haveria mais fome e todos viveriam dentro da tão propagada justiça social. Imagine a África brotando comida por todos os lados. Pense nos desertos transformados em vales verdejantes cheios de vida e de abundância. Isso é perfeitamente possível para aquele que deu vida ao Universo.

Ocorre que Deus tem princípios e valores que impedem que as coisas aconteçam desta forma. O livro do profeta Joel trata da prosperidade e nos mostra algumas facetas destes princípios. Veja alguns versos do capítulo 2: “23 Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes. 24 E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de mosto e de azeite. 25 Assim vos restituirei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto peregrino, o devastador, o devorador e o cortador, o meu grande exército que enviei contra vós. 26 Comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca será envergonhado.”

Deus estava dando uma resposta ao seu povo, demonstrando que a prosperidade seria restituída: “25 Assim vos restituirei os anos que foram consumidos”. Mais adiante o Senhor declarou que mostraria “30... prodígios no céu e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça.” Ele desejava que seu povo soubesse que “27... que eu estou no meio de Israel, e que eu sou o Senhor vosso Deus, e que não há outro; e o meu povo nunca mais será envergonhado.”

A restituição que o profeta se refere ocorreu porque o Senhor “18... teve zelo da sua terra, e se compadeceu do seu povo. 19 E o Senhor respondeu ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, o vinho e o azeite, e deles sereis fartos; e vos não entregarei mais ao opróbrio entre as nações;”.

E a promessa do Senhor decorreu do arrependimento do povo. Nos versos 12 a 17, o profeta convocou o povo a se arrepender diante do seu Deus: “12 Todavia ainda agora diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. 13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal. 14 Quem sabe se não se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de cereais e libação para o Senhor vosso Deus? 15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene; 16 congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os meninos, e as crianças de peito; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo.”

Hoje, a prosperidade tem sido vendida como um bem e não como um valor: uma demonstração de que o Senhor é nosso Deus e está conosco. O profeta mostra a prosperidade com um resultado de verdadeiro encontro com Deus. Muitos querem as eiras cheias e os lagares transbordando, mas se esquecem que é necessário rasgar o coração e se voltar para Deus. Muitos desejam a justa medida, querem que Deus faça descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, porém vivem uma vida descomprometida com a sua vontade. Muitos miram o trigo, o vinho e o azeite, para deles serem fartos, mas não se lembram de jejum, choro e pranto.

Prosperidade, em Joel, é então um ato de misericórdia de Deus, em decorrência do arrependimento do povo. Não uma confissão relâmpago de pecados, como ocorre muito nas nossas orações. Mas uma atitude de profunda reflexão a respeito das mazelas que afligiam aquele povo. Uma mudança radical de rumo ao encontro do Senhor. Horas de ponderação no mais íntimo e de demonstração real de arrependimento. Desde o menor até o maior. Desde os servos até os sacerdotes: “17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?”

A prosperidade é um meio de as outras pessoas verem o Senhor na vida dos seus servos. Em Joel, a prosperidade de bens foi conseqüência de uma prosperidade espiritual precedente. Na verdade aquela só tem sentido se esta existir: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida?” Marcos 8:36. O Senhor quer abençoar o seu povo, ele deseja abundar a nossa vida de bens, entretanto, mais do que isso, deseja que sejamos seu povo e que ele seja nosso Deus.

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